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estando Maria, sua mãe, desposada com José, ... achou-se grávida pelo Espírito
Santo. Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu
deixá-la secretamente. Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu,
em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber
Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. (Mat. 1:18-20 )
A atitude de
José ao saber que Maria, sua noiva, estava grávida nos parece um tanto covarde.
Fugir sempre nos parece covardia embora às vezes seja preciso muita coragem e
fibra moral para fugir de coisas que outros enfrentariam para sua própria
desgraça.
O texto que
nos narra este episódio em Mateus é estranho, pois a justificativa para a fuga
de José é dupla: Ele era justo e não queria infamá-la.
Imagine-se
você na situação de José. Ele e Maria tinham um contrato de casamento que ainda
não havia sido consumado com as núpcias. Os costumes de casamento nesta época incluíam
o compromisso formal entre as famílias e este era tão sério quanto o casamento.
O jovem com sua família comparecia perante a família da noiva e juntos tratavam
todas as coisas para que as núpcias ocorressem
dentro de mais ou menos um ano a contar do “desposamento”.
O homem
voltava, então, ao seu lar onde construiria uma casa ou mais um quarto para
abrigar a futura esposa e assim criar uma nova família. As palavras de Jesus aos seus discípulos em
João 14:3 equivaliam a um contrato de casamento. Vejam: E, quando
eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que,
onde eu estou, estejais vós também. Jesus fala como o noiva fala à sua
noiva. Era isto que José estava esperando: o dia em que iria buscar sua noiva
para ser sua esposa. No meio deste processo Maria chega com uma conversa
estranha de que recebera a visita de um anjo e que estava grávida por obra do
Espírito Santo de Deus sem ter tido relação com homem algum! Você acreditaria?
José tinha
muito poucas opções diante deste fato extraordinário e inacreditável do ponto
de vista humano. Só havia duas explicações possíveis. Ou Maria estava mentindo
ou estava fora de seu juízo perfeito.
Havia outro
elemento que tornava a situação de José em relação a Maria muito mais
dramática! Ele a amava!
Como diz o
texto, ele era justo, portanto não concordaria com uma mentira assumindo um
filho que não era seu. Mas se não assumisse, Maria seria apedrejada por tê-lo
traído durante o tempo em que deveria estar se preparando para o casamento. Que
situação! O que fazer? O que você faria?
Por isso ele
resolveu fugir secretamente para não infamá-la. Veja o raciocínio de José:
- Se eu
fujo, todos pensarão que o pai sou eu e que eu não tive coragem de assumir.
Ele estava
disposto a jogar fora sua reputação e sua honra para salvar a mulher que ele
amava. Maria, por sua vez, foi muito corajosa em aceitar a vontade de Deus
correndo todos os ricos de ser rejeitada por seu noivo e apedrejada pela
sociedade.
Humanamente,
a solução achada por José era a única que conseguiria unir sua racionalidade,
sua justiça e seu amor.
Mas Deus
tinha solução melhor!
O anjo foi
enviado a José para lhe lembrar que é Deus quem age na concepção de uma criança
e lhe garantir que Maria não havia perdido o juízo nem estava mentindo. O que
nela foi gerado era obra do Espírito Santo de Deus. José poderia adotar o filho
de Deus, sem medo, pois aquela criança seria verdadeiramente seu filho, embora
não viesse de sua semente.
A atitude de
José nos mostra que as nossas soluções podem ser as mais criativas, abnegadas,
e cheias de amor, mas a solução de Deus é sempre melhor!
Aprenda com
José e Maria: Não fuja! Não tema! Deus está no controle!
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